quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Crise, presentes, e o espírito do Natal

Até Noel procurou o comércio popular para fugir dos preços altos 
Em um ano especialmente difícil para a economia, como 2015, a maioria dos brasileiros precisará comprar presentes mais baratos, mas ninguém quer deixar de presentear a quem ama. Muitos usarão o 13º salário para saldar as dívidas acumuladas durante o ano, enquanto fazem verdadeiros “milagres de natal” para esticar a grana que sobrou e dar pelo menos uma “lembrancinha” (que é o nome que damos praquele presente que vem embrulhado num pedido de desculpas).

Será que é isso que eles chamam “espírito natalino”? Não estou falando do consumismo desenfreado, das faturas estouradas de cartão de crédito, nem das propagandas apelativas, mas desse desejo irrefreável de expressar o afeto e a benquerença de maneira generosa, palpável e mensurável – não seria esse o tal espírito?

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A sedução do mal

Uma das coisas mais impressionantes no terrorismo islâmico atual é a forma como utiliza a sua crueldade como ferramenta de marketing. Para o Estado Islâmico, Paris foi apenas uma vitrine, atraindo os holofotes da mídia mundial e a atenção dos governos. Além disso, em todo o mundo homens e mulheres (especialmente jovens) têm sido atraídos por estas facções extremistas do islamismo, que têm se mostrado muito hábeis no uso das redes sociais e vídeos para recrutar adeptos. Aliás, calcula-se que cerca de 1200 dos próprios franceses já viajaram à Síria e Iraque para se juntar ao jihad.[1]
Carrasco extremista posa para uma selfie antes de decapitar prisioneiros:
marketing na web é a alma do negócio
O que leva jovens islâmicos a se envolverem com radicais? Como islâmicos extremistas seduzem jovens ocidentais?[2]

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Matar, não: "interromper a vida"

Quando alguém consegue definir os termos utilizados em um debate, provavelmente sairá como vencedor. Essa estratégia é tão típica da esquerda cultural que alguns têm chamado de novilíngua.[1] Por exemplo, sua agenda política nunca é “socialista”, mas “progressista” –  subentendendo-se que seus opositores são “retrógrados” e estão, sabe-se lá por quais intenções escusas, lutando contra a marcha da História e do progresso. Viu? Vitória por nocaute antes de iniciar a luta!

Isso ocorre também na questão do aborto. Em debates, manifestações e principalmente na propaganda feminista pró-aborto, o aborto é apresentado como uma questão essencialmente de “saúde pública” e de “liberdade individual”; uma capa da revista Istoé sobre o Projeto de Lei 5069, que trata do aborto, menciona três vezes os "direitos civis" femininos em jogo, mas "aborto", apenas uma vez ("feto", então, nem pensar!). Logo, o aborto nada tem a ver com moralidade, especialmente a religiosa, certo? E quem se atreveria a ser contra a saúde, a liberdade e os direitos da mulher, não é mesmo?

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Viagem no tempo e a eternidade

"Multas? Aonde estamos indo não há radares escondidos, Marty!"
O filme “De Volta Para o Futuro” entrou para a história com uma perfeita combinação de ficção científica, ação, comédia e romance. Nele, o jovem Marty McFly viaja de 1985 até 1955 numa estilosa máquina do tempo. Antes de retornar ao seu tempo, ele precisa consertar eventos do passado de seus pais que alterou sem querer, e que podem acarretar seu desaparecimento da existência. No segundo filme da franquia, Marty tem de avançar no futuro outras três décadas, para consertar o futuro de seus filhos, também alterado pelas mudanças ocorridas em 1955 – e, claro, há a sequência final, que se passa em 1885.
A data "futura" no painel do DeLorean 

É isso mesmo: em 2015 os fãs da série comemoram os trinta anos do filme original e, de quebra, celebram a chegada do “futuro” visitado por Marty em seu DeLorean DMC. Para sermos justos, ele deve ter visitado alguma realidade paralela, pois não temos carros voadores (o prefeito Haddad ficaria maluquinho tentando multá-los por ultrapassarem os 50km/h).


domingo, 18 de outubro de 2015

A pornografia faz mais uma vítima

A revista masculina norte-americana Playboy anunciou que vai parar de publicar fotos de mulheres nuas.[1] Contudo, seria muita ingenuidade imaginar que a mudança tenha sido motivada pelo reconhecimento de que a pornografia seja errada ou prejudicial. A decisão não é moral, mas financeira: das 6 milhões de cópias que vendia nos EUA na década de 70, não vende mais que 800 mil atualmente.

A primeira edição de Playboy seria
considerada recatada em nossos dias
A revista foi criada por Hugh Hefner em 1953 com uma proposta ousada. Já havia revistas que publicavam fotos de mulheres nuas, mas Hefner pretendia oferecer mais. Seu público não era o sujeito insocial, solitário e incapaz de se encontrar com uma garota de verdade; pelo contrário, era um suposto novo homem, sofisticado demais para se prender aos grilhões da moralidade tradicional, pautada no compromisso do casamento heterossexual.

A revista de Hefner conseguiu convencer a sociedade ocidental de que ser homem de verdade é viver de maneira irresponsável, promíscua e egoísta. E que a exploração sexual da imagem de uma mulher não tem nada a ver com moral, com certo e errado.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Os heróis mortos do Rock in Rio

Um dos aspectos mais característicos do Rock in Rio é sua contradição. A começar pelo nome, já que na maioria das vezes não ocorreu de fato no Rio de Janeiro. Pior que isso, certas apresentações ficaram na história por não terem relação alguma com o rock: Ivan Lins?! Moraes Moreira?! Lisa Stanfield?! Carlinhos Brown?! Rihanna?! Shakira?! Cláudia Leitte?! Ivete Sangalo?! Sandy & Junior?!!!!

Cazuza e Frejat, legítimos representantes do cenário
do rock nacional na década de 80
A edição desse ano procurou celebrar os trinta anos de organização do festival. No primeiro dia houve um show comemorativo com a presença, entre outros, de Roberto Frejat, que ficou conhecido como vocalista do Barão Vermelho, banda que conquistou a fama com sua apresentação no Rock in Rio 85, liderada pelo então vocalista Cazuza. Ele foi diagnosticado com o vírus da AIDS em 1987, fato que revelou publicamente em 1989, vindo a morrer em 1991, aos 32 anos.[1]

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O Brasil protestante

Coisa linda de se ver
Coisa linda, ver a Av. Paulista, assim como inúmeros locais públicos Brasil afora, tomada por manifestantes. Depois que os “caras-pintadas” tiveram de sair às ruas para protestar contra a corrupção e a situação econômica (1992), influenciando no impeachment de Fernando Collor, pensamos que os dias de passeatas e cartazes haviam ficado num passado distante, e que só nos restava a democracia das urnas – enfim, chegara a ordem e o progresso! Ingenuidade nossa.

Manifestantes em Brasília
homenageiam Lula
Em 2013, milhões de brasileiros voltaram a protestar contra o aumento de tarifas, com a novidade da convocação pelas redes sociais. E, em março, abril e agosto de 2015, outros milhões têm tomado as ruas para protestar contra a corrupção e a situação econômica, e para pedir a saída do Partido dos Trabalhadores do governo.

Mas não sejamos mais ingênuos: Sempre haverá motivos para protestar, já que o pecado mancha todas as atividades humanas. Resistir, rejeitar e denunciar

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Hiroshima e a guerra justa

O "cogumelo atômico" sobre Nagasaki
Nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 a força aérea norte-americana lançou bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, matando de imediato 70 mil e 40 mil pessoas, respectivamente. O número de mortes dobraria nos meses seguintes devido às queimaduras e à radiação.

Era o final da 2ª Grande Guerra (1939-1945), os alemães e italianos já haviam se rendido e o Japão já perdera algumas batalhas importantes. Porém, o Imperador Hiroito não aceitava a desonrosa derrota, e a geografia insular japonesa, somada às táticas kamikaze, tornavam a invasão do Japão extremamente difícil.

As bombas atômicas deveriam ter o efeito psicológico de render o imperador Hirohito. Funcionaram.

sábado, 25 de julho de 2015

Nosso jardim cresceu... até Plutão!

Até os cientistas mais neutros se emocionaram com essa foto
Eu amo notícias sobre a exploração espacial, e este mês tivemos uma importantíssima: a sonda New Horizons chegou a Plutão no dia 14 de julho de 2015. E o planetinha tem contrariado todas as previsões dos cientistas acerca de sua composição geológica, dimensão, atmosfera e até aparência – especialmente a planície em forma de coração, batizada agora em homenagem ao astrônomo Clyde Tombaugh, que descobriu Plutão em 1930.

O objetivo de enviar sondas espaciais é conhecer melhor a formação do Sistema Solar, mas a NASA também tem certa esperança de contato com seres extraterrestres. Por exemplo, a Voyager 1, lançada em 1977 e que avança rumo à periferia do Sistema Solar, carrega consigo uma gravação com diversos sons da Terra, de Beethoven a Chuck Berry, passando por choro de bebê e barulho de trem

segunda-feira, 8 de junho de 2015

De barba e unhas feitas

Barbas são assim: aparecem sem pedir licença ou perguntar se são desejadas. Acontece que a barba está na moda. Jovens de vinte, trinta anos estão curtindo deixar barbas crescidas e cerradas. A coisa pegou de tal forma que aqueceu o, até então, tímido mercado do transplante de barba – quem tem uma barba muito rala já pode comprar uma de macho por uma bagatela de R$ 8 mil a R$ 16 mil!

A barba é só um fato biológico. Mas, por surgir justamente na passagem para a vida adulta do homem, ganha aspectos culturais importantes. É fácil perceber que o visual contribui para uma aparência madura e muitos jovens se fazem barbudos para passar um ar mais sério. Pesquisas psicológicas têm indicado que a barba (especialmente do tipo “lenhador”, que a moçada está curtindo) também transmite uma imagem de agressividade e força e, consequentemente, autoconfiança e sucesso.

Tudo certo, mas é interessante que a moda da barba ressurja numa época como a nossa, na qual tudo que marque o gênero está sendo bombardeado pela própria moda

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Dos quadrinhos para as telonas

Para fãs de comics (como eu), os últimos tempos têm sido fantásticos! Quem diria que meus gibis favoritos virariam blockbusters mundiais nos cinemas e na TV? Marvel e DC, as gigantes do ramo, conseguiram transportar para o live action da grande tela a fantasia dos quadrinhos. (graças a Deus pela Computação Gráfica!)[1]

Os filmes de super-heróis estão muito bem representados entre as 21 produções do cinema que ultrapassaram um bilhão de dólares nas bilheterias ao redor do mundo. Por que será que os super-heróis nos atraem tanto?

quarta-feira, 8 de abril de 2015

A realidade dos Reality Shows

Acabou mais um Big Brother! Caso você tenha perdido a final, quem sabe distraído com a realidade política e econômica do país, o grande vencedor foi o Cézar Lima (quem??). E caso você não saiba o que é o BBB, quem sabe recém-chegado à Terra neste exato minuto diretamente do espaço sideral, explico: é um reality show, o mais bem sucedido destes programas da televisão onde pessoas ficam isoladas do resto do mundo e participam de gincanas e competições, enquanto são filmadas ao vivo e ininterruptamente. No Brasil, a moda começou com o programa “No Limite” (Globo, 2000) e seguiu com “Casa dos Artistas” (SBT, 2001), “Big Brother Brasil” (Globo, 2002), “O Aprendiz” ( Record, 2004) e “A Fazenda” (Record, 2009). Sem contar inumeráveis programas de menor repercussão ou duração.

Charge do Quinho na revista eletrônica DomTotal
Devo confessar que acompanhei a primeira edição de alguns deles. Afinal, o conceito de ausência de roteiro e de atores profissionais ("a vida como ela é") é bastante atraente perante o marasmo da televisão brasileira. Além disso, quem não curte uma gincana, pelo simples prazer da competição?Entretanto, a sensação de novidade não durou muito. Com o sucesso, as redes de TV continuaram (re)produzindo-os, mudando apenas as circunstâncias: ora numa ilha, ora numa fazenda; ora desconhecidos, ora quase-famosos... Pessoalmente, tenho dificuldade em compreender como uma programação tão repetitiva ainda atrai tantos telespectadores.

Porém, observando atentamente, percebemos que há outros atrativos para o telespectador. 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Como o cristão enxerga o mundo (parte II)

Uma cosmovisão bíblica vê o mundo como Criação. Nosso mundo foi feito e é sustentado continuamente por Deus. As “leis naturais” descobertas pela Física, Química e Biologia nada mais são que o ordenamento de Deus para a manutenção de sua criação - aliás, os essa era a convicção dos fundadores do conhecimento científico moderno, como Nicholas Copernicus (1473-1543), Galileo Galilei (1564-1642), Johannes Kepler (1571-1630), Isaac Newton (1642-1727), Louis Pasteur (1822-1895) e outros. Uma cosmovisão fundamentada na Criação verá o mundo como fundamentalmente bom.

É importante notar que, após exercer sua onipotência fazendo e moldando o universo, Deus incumbiu o ser humano de exercer um domínio civilizador sobre a natureza, dando continuidade ao seu trabalho criador inicial

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Como o cristão enxerga o mundo (parte I)

De uns tempos para cá, especialmente entre cristãos evangélicos, fala-se muito acerca de uma tal “cosmovisão”. Cosmo expressa a ideia de universo, mundo, totalidade – assim, trata-se da maneira como alguém vê (visão) o mundo (cosmo). É parecido com o que popularmente chamamos “perspectiva de vida”; um marxista talvez a chamasse de “ideologia” e a condenasse como um instrumento de dominação; um sociólogo a denominaria “sistema de valores” e dissertaria sobre como nos parece natural apesar de ser assimilada pelo convívio social; no dicionário, é sinônimo de “concepção de mundo”.

Certamente, há outros fatores que nos influenciam e orientam, mas nossa cosmovisão molda grandemente o modo como avaliamos as pessoas, acontecimentos e conceitos à nossa volta, e a importância que lhes damos. Mesmo sem pensar no assunto, nossas cosmovisões atuam como um guia pessoal para a vida, como uma bússola ou um mapa para o viajante. Uma lente através da qual você vê tudo o mais à sua volta.

Assim, a questão não é saber se você tem uma cosmovisão, mas qual é a sua cosmovisão. Acontece que, se você é um cristão, sua cosmovisão deveria ser fundamentada na Bíblia. Pelo menos é o que o Rei Davi e o Apóstolo Paulo viviam.[1]

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

O que dizer sobre o que vou falar?

Pergunta o internauta que esbarra nestes mal-traçados posts: "Num mundo virtualmente infinito como a internet, com tanta informação livre e solta, pra que um blog, mais um blog?" Confesso eu: "Não sei!"

Pois é, meu caro... Mas, por outro lado, "por que não?" É assim, com a despretensão apropriada ao mundo virtual - onde ninguém precisa pagar pela informação ou sequer sair de casa para acessá-la - que resolvo observar e escrever.

Meu assunto é o mundo, nosso mundo.