sábado, 25 de julho de 2015

Nosso jardim cresceu... até Plutão!

Até os cientistas mais neutros se emocionaram com essa foto
Eu amo notícias sobre a exploração espacial, e este mês tivemos uma importantíssima: a sonda New Horizons chegou a Plutão no dia 14 de julho de 2015. E o planetinha tem contrariado todas as previsões dos cientistas acerca de sua composição geológica, dimensão, atmosfera e até aparência – especialmente a planície em forma de coração, batizada agora em homenagem ao astrônomo Clyde Tombaugh, que descobriu Plutão em 1930.

O objetivo de enviar sondas espaciais é conhecer melhor a formação do Sistema Solar, mas a NASA também tem certa esperança de contato com seres extraterrestres. Por exemplo, a Voyager 1, lançada em 1977 e que avança rumo à periferia do Sistema Solar, carrega consigo uma gravação com diversos sons da Terra, de Beethoven a Chuck Berry, passando por choro de bebê e barulho de trem
, como uma forma de dizer “oi”.

O cristianismo não se opõe à ciência. Os homens que estabeleceram os fundamentos do conhecimento científico que temos hoje eram, em sua maioria, cristãos que investigavam o Universo desejando conhecer sua ordem e racionalidade, que atribuíam ao seu sábio Criador. Na verdade, o relato cristão da criação já aponta para a capacidade científica e tecnológica como expressões da imagem de Deus no ser humano. Ali temos ordens para domesticar os animais, cultivar a flora e preservar o ecossistema; recebemos uma missão de catalogar as espécies (a categorização é o primeiro passo da pesquisa científica, certo?).[1] Há até mesmo a sugestão de observar a regularidade dos astros celestes.[2]

Em certo sentido, as agências espaciais estão simplesmente aplicando a ordem criacional de conhecer e dominar a natureza, estendendo o conceito de Jardim do Éden até abranger o Sistema Solar todo. Estamos, com a tecnologia disponível, conhecendo melhor nossa própria casa, explorando o jardim em que vivemos. Isso é parte do plano original do Criador para nós.

Mesmo após nossa queda em pecado, Deus, por sua graça, tem sustentado nosso potencial. O rebelde Adão lavrou e colheu; a desobediente Eva teve filhos; os descendentes de Caim criaram instrumentos musicais e ferramentas; o ateu Yuri Gagarin viu a Terra do espaço e Neil Armstrong deu um enorme salto para a humanidade em solo lunar. E a New Horizons tirou uma foto do coração de Plutão.

O Cristianismo não nega o valor da ciência, mas enfatiza que o pecado produziu um obscurecimento do intelecto como um todo, de maneira que, ao observar a natureza criada, o ser humano não enxerga o que está evidente, nem conclui o óbvio: há um Criador (Rm 1.20). O divórcio entre o pensamento cristão e o pensamento científico ocorreu quando a pesquisa científica se comprometeu com o materialismo naturalista – o conceito filosófico de que tudo o que existe é a matéria.[3] Esse equívoco fundamental obviamente produz todo tipo de distorção de abordagem e compreensão na ciência em geral. As tentativas de explicar a origem da vida na terra a partir da panspermia[4] são um bom exemplo disso.
A New Horizons, uma das 29 sondas
espaciais em operação

O salmista se encantava observando o céu, sem ter a mínima ideia da sua imensidão, e adorava seu Criador.[5] Nosso conhecimento científico é incomparavelmente maior que o dele, e toda a nossa ciência deveria servir à adoração do Criador, sua sabedoria, beleza e poder.[6]

Eu amo saber sobre a exploração espacial. Principalmente porque sonho com “novos céus e nova Terra”, onde a humanidade restaurada, livre do pecado e da morte, com todo o tempo e inteligência do mundo, cruzará o espaço sideral para categorizar, dominar e cultivar planetas, cometas e nebulosas – para a glória de Cristo.[7]

(O quê? Nunca tinha pensado nisso? E o que você pensou que a gente ia ficar fazendo por toda a eternidade num universo de bilhões de anos-luz? Tocando harpa? Afff...)


[1] Leia Gênesis 1.26; 2.15 e 19.
[2] Gênesis 1.14.
[3] Alguns prefeririam dizer que o divórcio foi causado pela inquisição, ao condenar como herética a teoria heliocêntrica de Copérnico, defendida por Galileu. Contra essa simplificação, deve-se dizer no mínimo que a) Havia inúmeros defensores acadêmicos do heliocentrismo na época; b) Galileu foi convocado pelo tribunal da inquisição mais pelas suas interpretações não autorizadas de trechos da Bíblia que falam da Terra e dos astros, pois devido à Reforma Protestante, o Concílio de Trento havia decidido que somente Roma podia interpretar a Escritura.
[4] Panspermia é a teoria científica que propõe que a vida na Terra é uma evolução de formas de vida primárias trazida à Terra do espaço em meteoritos.
[5] Veja, por exemplo, os Salmos 8.3-4 e 19.1-6.
[6] Como diria o Tio Bem, “Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”.
[7]  Veja como a vida na nova Terra será produtiva em Apocalipse 21.24 e 26.

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