sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Como o cristão enxerga o mundo (parte I)

De uns tempos para cá, especialmente entre cristãos evangélicos, fala-se muito acerca de uma tal “cosmovisão”. Cosmo expressa a ideia de universo, mundo, totalidade – assim, trata-se da maneira como alguém vê (visão) o mundo (cosmo). É parecido com o que popularmente chamamos “perspectiva de vida”; um marxista talvez a chamasse de “ideologia” e a condenasse como um instrumento de dominação; um sociólogo a denominaria “sistema de valores” e dissertaria sobre como nos parece natural apesar de ser assimilada pelo convívio social; no dicionário, é sinônimo de “concepção de mundo”.

Certamente, há outros fatores que nos influenciam e orientam, mas nossa cosmovisão molda grandemente o modo como avaliamos as pessoas, acontecimentos e conceitos à nossa volta, e a importância que lhes damos. Mesmo sem pensar no assunto, nossas cosmovisões atuam como um guia pessoal para a vida, como uma bússola ou um mapa para o viajante. Uma lente através da qual você vê tudo o mais à sua volta.

Assim, a questão não é saber se você tem uma cosmovisão, mas qual é a sua cosmovisão. Acontece que, se você é um cristão, sua cosmovisão deveria ser fundamentada na Bíblia. Pelo menos é o que o Rei Davi e o Apóstolo Paulo viviam.[1]
Entretanto, aqui há um problema: muitos cristãos procuram usar as lentes da Escritura para enxergar apenas algumas áreas da vida, como se a realidade precisasse de dois olhares distintos: um para o sagrado e outro para o profano. Nesse dualismo, a fé cristã tem a ver apenas com coisas “espirituais” como oração e valores morais; mas não tem relação nenhuma com coisas “mundanas”, a carreira profissional e as artes plásticas, por exemplo. Essa não é uma boa expressão de cosmovisão cristã, pois jamais forma uma visão unificada do mundo.

Uma cosmovisão cristã genuína recorre às Escrituras Sagradas para apreender verdades acerca de questões tanto espirituais quanto materiais. Um dos melhores modelos de cosmovisão cristã que encontrei até agora é estruturada em três categorias bíblicas fundamentais: criação, queda e redenção.[2] Mas falarei disso num próximo post.




[1] Leia o salmo 119 de Davi ou a 1ª carta de Paulo a Timóteo, cap. 3.15-17.
[2] Sobre esse tema, recomendo fortemente a leitura de “Uma visão transformadora", de B. Walsh e J. Middleton (Ed. Cultura Cristã).

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